Não há consenso sobre as causas da crise do petróleo
Não há consenso sobre as causas da crise do petróleo
Opep culpa especulação pela alta, enquanto outros países pedem aumento de produção.
Nos EUA, alta do petróleo já prejudica conservação das estradas.
Empresas decretam o fim da era da energia barata e alertam que a política, não a geologia, está por trás dos preços altos. Na segunda-feira (30), em Madri, as principais multinacionais e governos deixaram claro que não há consenso sobre como lidar com a alta nos preços do petróleo.
Para os governos, a solução seria regular mais os mercados. Na avaliação das empresas, não existe uma "bolha especulativa" e a culpa não seria do mercado financeiro. Enquanto isso, o barril do produto chegava a US$ 143,00 em Nova York, novo recorde.
Na abertura do Congresso Mundial de Petróleo, o presidente da BP, Tony Hayward, alertou que a indústria simplesmente não está acompanhando a demanda, principalmente na China e Índia. Para complicar, decisões políticas de países produtores estariam ajudando a elevar os preços. "Os problemas estão no solo, não no subterrâneo", afirmou.
Especulação
Ingleses e americanos vêm pressionando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a abrir as torneiras. O ministro do Petróleo do Catar, Abdullah bin Hamad al-Attiyah, rejeitou a culpa pelos problemas. "Não há falta de petróleo", disse. A Opep e vários governos preferem culpar os especuladores. Mas a BP classifica isso de "mito". "Não existe bolha”, afirmou Hayward.
O presidente da Repsol, Antonio Brufau, seguiu a mesma linha. O presidente da Shell, Jeroen Van der Veer, também acusou de simplista culpar apenas o mercado pela alta. A Goldman Sachs também rejeitou a tese da especulação.
Conseqüências
Nos Estados Unidos, em tempos de petróleo caro, o prêmio da loteria não poderia ser mais oportuno: gasolina de graça por toda a vida. A promoção é da loteria estadual da Flórida. Quem não tiver tanta sorte pode ainda ganhar um prêmio de consolação: gasolina por um ano.
O petróleo caro não está fazendo rombos só no bolso dos americanos, mas nas estradas também. Elas estão mais esburacadas. O dinheiro para consertar as estradas vem em boa parte de impostos que incidem sobre combustíveis.
Como os americanos estão dirigindo menos, os órgãos públicos têm menos dinheiro para comprar um produto que está cada vez mais caro: o asfalto, que subiu 70% em cinco anos por causa do principal ingrediente, o petróleo.
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