Coaching TECNOPEG - Mitos e Verdades sobre Qualificação para Indústria do Petróleo - Parte 2
Boa Tarde Amigos do Tecnopeg!
Hoje vou continuar a série que comecei em Outubro no Coaching TECNOPEG, sobre Mitos e Verdades sobre qualificação na Indústria do Petróleo, e hoje escrevo a segunda parte.
Na Primeira parte, eu falei sobre cursinhos de qualificação que muitas instituições oferecem mas que a maioria só quer saber de ganhar seu dinheiro.
Já hoje, vou abordar sobre os cursos Técnicos e de Nível Superior. Quais os cursos mais requisitados e a visao que o mercado tem sobre eles. Espero poder esclarecer alguns pontos para voces. Confiram e comentem! A opinião de vocês será muito importante para o enriquecimento da postagem.
CURSOS TÉCNICOS
Sem dúvida alguma, essa é a mão-de-obra mais necessária na indústria! Segundo diversas pesquisas, faltam milhares de Técnicos no mercado. E inclusive, para aqueles que desejam trabalhar embarcado, a proporção de Técnicos é muito maior que de Engenheiros. Geralmente os Técnicos que operam os equipamentos/ processos, fazem manutenção e os Engenheiros, fiscalizam e fazem/gerenciam o Projeto. Dependendo da área onde vai trabalhar, do nível de ingles, e da experiencia, o Técnico pode até ganhar mais que um Engenheiro!
Entre os cursos mais demandados, estao os tradicionais de: Mecanica, Eletronica, Eletrotécnica, Instrumentação, Elétrica, Química, Eletromecanica. Esses cursos tem uma abrangencia bem grande dentro de qualquer segmento da indústria, desde Exploração e Produção, até o Refino.
O curso de Automação especificamente tem 2 vertentes. Uns dizem que é um ótimo curso pois Automação é uma disciplina e uma área crescente dentro da indústria. Outros já dizem que é uma área bem restrita, e dificil de entrar, prefere-se inclusive, Engenheiros de Automação ao invés de Técnicos, pois em um projeto que envolva Automação, a quantidade de profissionais necessários é menor em comparação a outras formações por exemplo.
O que os profissionais mais experientes recomendam muito, é fazer cursos mais abrangentes, como Eletrotécnica, Eletronica e Instrumentação por exemplo, e depois complementar com um de Automação.
Na industria, aqueles que tiveram a oportunidade de atuarem como Técnicos, com certeza hoje sao profissionais mais completos, pois tiveram uma grande experiencia prática e de campo, que muitas vezes uma pessoa que faz Engenharia nao tem. Como já disse aqui uma vez, existem até processos seletivos, para Engenheiros de Campo, que dao preferencia para Engenheiros que tem experiencia como Técnico.
Se voce é novo, ainda está cursando o ensino médio, ou acabou de concluir o ensino médio, o curso técnico é um ótimo caminho para aqueles que desejam seguir a área técnica, e desejam profissionalizar-se rapidamente.
É importante também, atentar para a qualidade das instituições que ministram. O SENAI é a grande referencia em ensino técnico no Brasil. Conta com ótimas instalações e uma grande carga horária prática. Os CEFETs e IFRJs, também nao ficam pra trás, contam com excelentes estruturas e corpo docente. Outro diferencial dessas instituições sao a parceria com grandes empresas do setor. Frequentemente as empresas fazem Feiras de Estágio e Recrutamento nessas instituições. A Schlumberger é uma que sempre está fazendo processos seletivos junto ao IFF de Macaé. (Instituto Federal Fluminense de Macaé)
Nao esqueçam também que o CREA é importantíssimo! As empresas hoje nao aceitam Técnicos que nao tenham CREA. Por isso, verifique se a instituição que voce está se matriculando terá direito ao mesmo, senao, é furada!
CURSOS SUPERIORES
Entrando agora nos cursos de nível superior, nao tem como negar que a Engenharia é a que domina essa área industrial. Devido muito ao tradicionalismo do mercado e por ser uma profissão já consolidada. Além disso, aqui no Brasil, ainda existe o peso do Título. E sem dúvida nenhuma, o fato de ser um Engenheiro já traz um status junto.
Assim como os cursos técnicos, as Engenharias mais valorizadas sao as tradicionais, tais como: Civil, Mecanica, Eletrica, Eletronica, Química e Produção. Essas sao as mais buscadas, pois sao as mais antigas, mas isso nao quer dizer que outras nao sejam demandadas, porém, em atividadades específicas.
A verdade é que, a distinção da Engenharia é só um detalhe, pois em determinados segmentos e cargos, pede-se ENGENHARIA, como voces já devem ter visto em muitos lugares. Logo, o fato de ser Engenheiro, independente do tipo, já abre portas. Lá onde eu trabalho por exemplo, meu chefe, que é Engenheiro de Planejamento, é Engenheiro Agrimensor, se for analisar friamente, nao tem nada a ver com o segmento de Construção e Montagem Industrial, ainda mais planejamento.
Um detalhe importante e que gostaria de compartilhar com voces, é a fama da Engenharia de Produção. Embora seja a Engenharia mais eclética e que abrange muitos setores, muitos profissionais, principalmente os mais antigos (geralmente chefes) dizem que ela nao é Engenharia. Para eles a Engenharia de Produção é mais Administração do que propriamente Engenharia. Por isso, se voce é Engenheiro de Produção e gostaria de atuar no "campo", na área de Projetos/Estrutura ou outra que envolva conhecimentos mais específicos, pode encontrar alguma dificuldade por causa disso.
MAS E OS TÉCNICOS/TECNÓLOGOS E ENGENHARIAS DE PETROLEO E GÁS.
Com certeza voce que é Técnico/Tecnólogo ou Engenheiro de Petróleo, deve ter se perguntado, mas e nossa formação? Justamente por isso, que eu deixei pro final. Gostaria de comentá-las separadamente, pois tem suas particularidades. Eu comento sobre isso em minha palestra sobre 10 coisas que todo estudante/ interessado na área de Petroleo e Gás deveria saber.
Aqueles que estao fazendo ou terminaram esses cursos, sentiram ou ainda sentem dificuldade para conseguir um estágio/emprego, nao é verdade? Mas por isso acontece?
Eu diria que isso acontece por 3 fatores:
- FORMAÇÃO NOVA;
- DESCONHECIMENTO DO CURSO;
- CONCORRENCIA COM FORMAÇÕES TRADICIONAIS e MAIS ESPECÍFICAS.
Eu coloquei essas 2 razões juntas pois estão ligadas uma com a outra, embora nao seja regra. Pois nao é porque um curso é novo, que o mercado nao o conhece. Porém, isso está acontecendo muito, principalmente com os Técnicos e Tecnólogos em Petróleo e Gás. A Engenharia de Petroleo particularmente já está tendo um bom conhecimento, haja visto, que muitas empresas já tem aberto Programas de Estágio e Trainee, incluindo essa formação, principalmente as operadoras.
Ambas as formações não tem nem 10 anos de existência, ao contrário da formação em Mecânica,Civil, Elétrica, Química por exemplo que já deve ter no mínimo 50 anos. E isso com certeza é um grande peso para a formação, pois formações mais antigas já tem uma aceitação e conhecimento do mercado, diferente das mais novas, no qual a quantidade de egressos já inseridos no mercado ainda nao é tão grande.
Um exemplo claro disso, é quando vou conversar com profissionais mais antigos sobre a formação do Tecnólogo em Petróleo e Gás, e a maioria pergunta: "Afinal, o que o Tecnólogo em Petróleo e Gás faz?" . E eu sempre explico conforme escrevi a postagem sobre as atribuições do Tecnólogo em Petróleo e Gás aqui no TECNOPEG.
2. CONCORRÊNCIA COM FORMAÇÕES MAIS TRADICIONAIS E ESPECÍFICAS.
Essa razão é outra grande barreira, principalmente para aqueles formados e estudantes em Engenharia e Técnicos de Petróleo e Gás. Por que?
Um problema que muitos profissionais do mercado veem na formação, é o fato dela ser de certa forma um tanto generalista. Pois o Engenheiro/Técnico de Petroleo, estuda diversas disciplinas porém nao é especialista em nenhuma delas, ele ve um pouco da Mecanica, ve sobre Materiais, Eletrica, Processamento/Química do Petróleo e etc, porém nao sabe de Mecanica como um Engenheiro Mecanico, nao entende de Materiais como um Engenheiro Civil, nao entende de Elétrica como um Engenheiro Elétrico assim como Quimica como um Engenheiro Químico.
Por isso, por essa formações citadas já terem uma tradição e conhecimento mais especifico, muitos empregadores dão preferencia para estudantes e egressos destes cursos. Inclusive uma vez perguntei a um excelente professor de uma tradicional instituição quais formações seriam as preferidas para quem quisesse trabalhar com Perfuração. Ele me disse que a Engenharia Mecanica e Civil são as que mais dao base de conhecimento para trabalhar nesse segmento, pois voce aprende melhor disciplinas importantissimas na área de Perfuração, como Mecânica dos Sólidos e dos Fluidos, Resistencia de Materiais, Termodinamica, Pressao de Poros e etc. (Esse assunto das disciplinas, especificamente, estarei comentando num post futuramente, baseado no artigo escrito pela Rayane no Papo de Petróleo)
O mesmo acontece para o exemplo dos Técnicos de Petróleo e Gás, que conhecem diversas disciplinas, porém concorrem com formações mais específicas e tradicionais existentes.
Esse perfil multidisciplinar, porém, tem grande aceitação e absorção nas chamadas empresas operadoras, sao elas: Shell, Petrobras, Statoil, Chevron, Devon e etc como disse anteriormente. Isso acontece pois as empresas operadoras na verdade atuam como uma grande fiscal de todas as atividades realizadas. Geralmente, elas terceirizam toda operação, mantendo seus funcionários mais como Fiscais das atividades especificas, um ou mais para cuidar da parte de Perfuração, outro para cuidar da Manutenção e etc. Nesse caso, o conhecimento macro adquirido pelo Engenheiro de Petróleo é importantissimo para entender o processo como um todo.
CONCLUSÃO
O meu objetivo com essa postagem não foi dizer verdades absolutas e regras do mercado, que são seguidas fielmente dessa forma, pois isso vai variar de empresa para empresa, de chefe pra chefe. Minha intenção foi apenas de esclarecê-los a respeito de algumas visões que o mercado tem, seja por experiência própria, de plataforma e mercado, ou de assuntos que já conversei com outros profissionais. Nada que falei aqui é inventado ou dito por mim para criar polêmica ou fantasias.
Espero te-los ajudado com um pouco mais de informações sobre o mercado, e fiquem a vontade para contribuirem com a experiencia e opinião de voces, seja através dos comentários, ou por e-mail também.
Deus abençõe a todos!
Esse perfil multidisciplinar, porém, tem grande aceitação e absorção nas chamadas empresas operadoras, sao elas: Shell, Petrobras, Statoil, Chevron, Devon e etc como disse anteriormente. Isso acontece pois as empresas operadoras na verdade atuam como uma grande fiscal de todas as atividades realizadas. Geralmente, elas terceirizam toda operação, mantendo seus funcionários mais como Fiscais das atividades especificas, um ou mais para cuidar da parte de Perfuração, outro para cuidar da Manutenção e etc. Nesse caso, o conhecimento macro adquirido pelo Engenheiro de Petróleo é importantissimo para entender o processo como um todo.
CONCLUSÃO
O meu objetivo com essa postagem não foi dizer verdades absolutas e regras do mercado, que são seguidas fielmente dessa forma, pois isso vai variar de empresa para empresa, de chefe pra chefe. Minha intenção foi apenas de esclarecê-los a respeito de algumas visões que o mercado tem, seja por experiência própria, de plataforma e mercado, ou de assuntos que já conversei com outros profissionais. Nada que falei aqui é inventado ou dito por mim para criar polêmica ou fantasias.
Espero te-los ajudado com um pouco mais de informações sobre o mercado, e fiquem a vontade para contribuirem com a experiencia e opinião de voces, seja através dos comentários, ou por e-mail também.
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"Tudo posso naquele que me fortalece" (Filipense 4:13)
1 comentários:
Bom texto...
O que eu vejo é que o mercado quer um profissional que seja "o cão chupando manga", mas o salário nunca é proporcional ao que é exigido.
Nos anúncios geralmente está escrito lá: "remuneração compatível com o mercado" ou algo similar. Mas meus caros, o que o mercado paga, na grande maioria das vezes é uma M****.
Tenho nível técnico(não tenho experiência), inglês avançado, esperiência com operação em indústria e sei tenho ótimas qualidades pessoais.
Ando muito decepcionado com as dificuldade do nosso país.
Fui aprovado em 2 concursos diferentes, Infraero em 9º e Br este ano em 1º, mas por pequenas exigência fiquei no meio do processo. Mesmo assim vou continuar fazendo os meus concurso pq ainda assim tenho alguma chance, só dependo de mim e do meu desempenho.
Tenho 36 anos hoje e sei que tenho a mesma capacidade de alguém mais novo, porém como o dito 'mercado' é tão exigênte, eu vou atrás de um salário melho, de dignidade e respeito....Acho um tanto difícil encontrar isso nas mãos dos RHs de hoje em dia.
Boa sorte a todos.
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