Bate Papo TECNOPEG nº 3 - Comite Jovem, Rio Oil and Gas e Mercado de Trabalho com Jaime Naveiro

asBom Noite Tecnopeguianos!!

Faz tempo que nao postava na coluna Bate Papo TECNOPEG. Para aqueles que ainda nao conhecem, esse é um espaço que utilizo para conversar e fazer algumas perguntas que todos queriam saber principalmente para profissionais de RH, ou pessoas já experientes no setor. Desta forma, voces leitores, podem ler a visao de outras pessoas, e entender melhor a área, pois cada um acrescenta um pouco. Infelizmente, acabei ficando um tempo sem postar, pois muitas pessoas acabam ficando ocupadas e nao conseguiam responder as perguntas.

Mas aproveitando a chegada da Rio Oil and Gas, maior feira do setor na América Latina, resolvi convidar para falar no Bate-Papo TECNOPEG, o Jaime Naveiro (Foto acima, recebendo premiaçao do Rei Juan Carlos, no WPC 2008, pelo premio de melhor Autor Jovem). O Jaime é Engenheiro de Produçao da Petrobrás, e atualmente é Vice-Coordenador do Comite Jovem do IBP, no qual também faço parte. Resolvi convidá-lo para que ele possa falar sobre as atividades do Comite Jovem, sobre a Rio Oil and Gás, mercado de trabalho e também porque ele está envolvido diretamente no Projeto do Pré-Sal, entao sabe muito do que virá por aí.

Para aqueles que quiserem conhecer o Jaime de perto, ele estará de expediente no stand da Petrobrás no 1 dia da Rio Oil and Gas, segunda-feira, das 17h as 20h e também estará ministrando uma palestra na terça-feira no Programa Profissionais do Futuro, organizado pelo CEU através do Comite Jovem.

A seguir, a Entrevista na íntegra com o Jaime Naveiro, contém informaçoes e dicas importantíssimas, nao deixe de ver! 

BATE-PAPO COM JAIME NAVEIRO

1 – Primeiramente fale um pouco de você e da sua experiência na indústria de Petróleo. Como é ser Vice-Coordenador do Comite de Jovens Profissionais na indústria que mais cresce hoje no mundo? 

Sou formado em Eng de Produção pela UFRJ e Pós-Graduado em Eng de Petróleo na PUC-RJ. Trabalhei em uma consultoria na área de O&G antes de ingressar a Petrobras, em 2006. Já na PB, trabalhei com a prospecção e análise de novos negócios de E&P no exterior. Cheguei a trabalhar um período nas unidades da Angola e da Nigéria. Experiências muito marcantes e que me deram uma outra perspectiva da vida no Brasil e sobre a dimensão e impacto da indústria do petróleo nos países. Em 2009, passei a trabalhar na Gerência Executiva que está coordenando a concepção e gestão dos projetos de desenvolvimento da produção do Pré-Sal. No meu caso, estou trabalhando exclusivamente no 3º módulo a entrar em operação no Pré-Sal da Bacia de Santos. O desafio é enorme, mas é bem interessante.

Sobre meu papel de Vice-Coordenador do Comitê de Jovens Profissionais, em primeiro lugar, sinto-me honrado de desempenhar tal função. É um trabalho muito gratificante, estar envolvido com outros jovens profissionais, promovendo a integração da indústria e contribuindo para atrair outros jovens talentos para o setor. 

2 - Continuando sobre o Comite Jovem, para aqueles que não conhecem, o que seria o Comitê Jovem? Quais são seus objetivos na indústria de Petróleo e Gás?

O CJ é formado por jovens profissionais da indústria, das mais diversas formações e segmentos. A idéia é termos participantes de diverentes empresas, nacionais e estrangeiras, em segmentos distintos, de forma a termos representatividade. Nossos objetivos são, como mencionei, promover integração de outros jovens profissionais, via eventos (mensais realizados na sede do IBP ou anual) e uso de redes sociais. Ainda, procuramos orientar e atrair outros jovens estudantes para este setor, uma vez que a indústria do petróleo é a que apresenta a maior média de idade de seus funcionários e necessita de renovação!

3 – Como Comitê Jovem da Indústria de Petróleo, quais são os projetos e idéias para os estudantes e jovens profissionais da indústria do Petróleo? Você promovem feira? Inserção profissional? Orientação?

O CJ organiza palestras mensais na sede do IBP, abertas para o público, com temas de interesse diversos. Ainda, realizamos um evento de maior porte no final de ano, com a presença de palestrantes significativos. Temos também o Espaço Profissionais do Futuro, dentro da Rio O&G, onde ocorrerá uma série de palestras voltadas para o público universitário. Finalmente, também participamos, quando convidados, para encontros estudantis, para promover a organização, a indústria, e orientar jovens. Temos o nosso site (dentro do site do IBP) e o twitter (comitejovemibp), para os interessados em maiores informações e contato direto.

4 – Falando em relação à indústria de Petróleo, sabe-se que existe demandas para todos os tipos de profissionais em diversas áreas, mas a seu ver, qual é aquela que tem mais absorção do mercado de petróleo e gás, principalmente em E&P? E mais especificamente para trabalhar embarcado?

Quando se fala em indústria de E&P, imagina-se imediatamente uma sonda ou FPSO, porém este segmento é bem mais amplo. A cadeia de valor envolve prestadores de serviço, barcos de apoio, estaleiros, etc. Ao meu ver, nos próximos anos, a atividade de perfuração e completação de poços marítimos irá aumentar consideravelmente, assim como o número de FPSO's a produzirem. 

Desta forma, vejo excelentes oportunidades para profissionais envolvidos na indústria naval e empresas que fornecem bens e serviços aplicados em poços. A respeito de uma formação, sem dúvida o cargo de engenheira será o mais demandado, porém vejo oportunidades para outras formações, técnicos e tecnólogos.

5 - Sabe-se que as competências técnicas são essenciais para trabalhar na indústria, mas muitos se esquecem que as competências comportamentais também são tão valorizadas quanto àquelas. Você como profissional experiente e que lida com tantos outros profissionais, que características seriam essas para os leitores ficarem ligados?

Acredito muito no respeito e cordialidade no ambiente de trabalho. Nesta indústria, raros são os problemas que uma única pessoa detém todo o conhecimento a respeito. É muito comum, para uma mesma questão, termos alguns consultores envolvidos, cada qual com a sua especialidade, que juntos possuem a visão total. Desta forma, é muito importante o gerenciamento de interfaces entre as disciplinas, e consequentemente, entre as pessoas especialialistas de cada uma delas. Logo, saber apresentar seus argumentos e atingir opiniões de concenso, mantendo a cordialidade e respeito, são fundamentais.

6 -  Muito se fala em oportunidades no setor, porém muitos estudantes quando se formam encontram dificuldades de ingressar na indústria, devido à necessidade de experiência que as empresas exigem. Mas como essas pessoas vão ter experiência se não as dão? Que conselho você daria para essas pessoas?

Este realmente é um problema. Vejo algumas possibilidades de contornar a situação. Sem dúvida o uso do networking pode contribuir para reduzir as distâncias. Outra opção seria iniciar a carreira com um estágio com bolsa de pesquisa, por exemplo, o que já confere uma experiência profissional.

Ainda, é importante ficar monitorando as empresas, porque a indústria é muito ampla! Não desistam na primeira adversidade, porque oportunidades virão!

7 - Outro ponto importante, que hoje é impossível não falar, ainda mais que muitos leitores tem essa formação, são os Tecnólogos.     Qual a sua opinião, sinceramente à respeito da formação? Como o mercado a enxerga? Existe espaço? A seu ver e pelo que você conhece de mercado, onde seria a melhor colocação desses profissionais, em que área/função?

O Tecnólogo é uma formação relativamente nova, que teve a particularidade de ser criada pelas universidades a partir de uma percepção delas de demanda por alunos, e não uma demanda das empresas por este perfil de profissionais. Por isso imagino que houve essa dificuldade inicial de colocação profissional. É compreensível, até que as empresas se ajustem e percebam o valor deste profissional. A grande questão é que o aluno ou o recém-formado não tem esse tempo para esperar. Este é o problema. Aconselho que, até que existam cargos voltados prioritariamente para o tecnólogo, que ele reflita sobre as vagas existentes e onde se encaixa melhor. Vejo a possibilidade de trabalhos no campo, em salas de controle de processo, operação de equipamentos que são utilizados na perfuração e completação de poços, controle e organização da embarcação (embarques, operações de alívio, transbordos, estoques, etc) ou então trabalhos no escritório, com planejamento logístico, programação da produção e gestão de projetos. Estas vagas já existem, e o tecnólogo é tão qualificado quanto qualquer outro para assumir estas posições.

8 - Para aquelas pessoas que se interessaram pelo Comitê Jovem, quais são as formas de ingresso? Qualquer um pode entrar ou é por convite? Caso possa entrar, como proceder? Além disso, vocês estão disponíveis para dar palestras em outros estados por exemplo?

O CJ possui um regimento interno, e temos 25 membros de diferentes instituições. O ingresso é por convite formal, porém o mais importante critério é a disponibilidade e interesse participativo. Portanto, um bom começo para um candidato é vir assistir nossas palestras mensais, e contribuir como convidado inicialmente, até a abertura de alguma posição. Temos alguns casos em que a pessoa ingressou desta forma.

Sobre palestras em outros Estados, temos disponibilidade sim, porém a depender do número de convites, como temos verba restrita, teremos que avaliar. Mas temos total interesse em divulgar o nosso comitê e a indústria para o público fora do Rio de Janeiro.

9 - Aproveitando a proximidade da Rio Oil and Gás, quais sao as suas expectativas para a feira? O que o Comite Jovem pretende trazer ?

O evento deste ano promete muito! Já li e recebi alguns convites de empresas e várias delas, como de costume, estão trazendo equipamentos inteiros para demosntrar na feira. Essa é uma excelente oportunidade para o jovem profissional ou estudante aprender um pouco sobre o que faz cada empresa, e também desenvolver alguns contatos. 

O CJ está contribuindo com a organização do evento Profissionais do Futuro, como mencionei antes, e esperamos a visita de quase 2 mil estudantes no espaço. O evento contará com diversas palestras de interesse. Infelizmente, é necessário inscrição prévia para o evento, pois exige bastante planejamento de atividades. Os estudantes que tiverem interesse, podem se programar para 2012 se inscrevem, pois acredito que a experiência é bem enriquecedora.

10 - Para finalizar, quais as dicas que voce daria para aquelas pessoas que desejam ir para a feira, para que possam aproveita-la melhor?

O primeiro passo é estudar o site da feira. Ver a programação das palestras mais interessantes, localizar os stands das empresas que você sabe que terá interesse de visitar. Os dias mais cheios são o 1o e o último, então se a pessoa tiver disponibilidade, ir na terça ou na quarta pode ser uma boa oportunidade. Ler o site de algumas empresas para conhecer seus produtos também é uma boa dica. Desta forma, o estudante terá algumas perguntas de mais alto nível, o que até disperta o interesse do expositor em demonstrá-lo.

A grande riqueza da feira está nas pessoas que participam dela. Portanto, não hesite em perguntar, tirar dúvidas, trocar cartões. Utilize a feira para conhecer melhor a nossa indústria, ver aplicações reais dos temas estudados na faculdade, e desenvolver contatos com outros estudantes e profissionais.

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Espero que tenham gostado da entrevista, e que possa ter esclarecido alguns pontos para voces. Aceito sugestoes para profissionais que voces desejam que seja entrevistado. Em breve estarei convidando mais pessoas para falarem aqui. A próxima entrevista, vou tentar fazer com uma Consultora de RH de Consultorias de RH, para saber a visao do RH pelas Consultorias e nao pelas Empresas. Caso voce que está lendo seja uma e gostaria de falar sobre sua profissao, mercado, e etc, sinta-se a vontade para entrar em contato: victor.tecnopeg@gmail.com

Para ler as outras entrevistas que fiz, com a Roberta da Mata, Gerente de RH da UTC Engenharia, e Ana Paula Braga, Ex-HR Manager América Latina da Baker Hughes, CLIQUE AQUI. 

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