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segunda-feira, 14 de março de 2011

Bate Papo TECNOPEG com Engenheiro de Perfuração da Shell, Bruno William.

Boa Tarde Tecnopeguianos!

Hoje teremos mais um Bate Papo TECNOPEG! No Bate Papo de hoje conversamos com o Bruno William, Engenheiro de Perfuração da Shell Brasil. 

A intenção de chamar o Bruno para fazer essa entrevista pro Tecnopeg foi para mostrar essa função tão interessante na área de E&P, o seu dia-a-dia profissional, pré-requisitos para entrar e etc. Além disso, é uma oportunidade para mostrar que é possível sim conseguir uma oportunidade na indústria mesmo sendo Tecnólogo em Petróleo e Gás e Engenheiro de Petróleo, que são as duas formações do Bruno. 

Confiram a seguir a entrevista!


1 - Para começar, apresente-se para os "Tecnopeguianos" e nos conte um pouco de sua formação e trajetória profissional.

Meu nome é Bruno William, sou Engenheiro de Petróleo, pós-graduado em Geologia pela Unisuam (RJ) e também Tecnólogo em Petróleo e Gás formado pela Unigranrio. Apesar de trabalhar desde 2003, estou a pouco mais de dois anos trabalhando na indústria de petróleo, onde ingressei como estagiário da Shell, companhia onde hoje atuo como Engenheiro de Perfuração de Poços de Petróleo.

2 - No blog dos ex-alunos da Unisuam, onde se formou, você conta que em seu processo seletivo para entrar na Shell, concorreu com mais 10.000 candidatos. Na sua opinião, qual foi seu diferencial para conseguir essa tão sonhada oportunidade?

Hoje em dia, o importante em um processo seletivo é não apenas se sair bem nas tarefas (sejam elas individuais ou em grupo), mas também apresentar boa desenvoltura. Cada um tem pontos fortes e fracos, e o grande diferencial é saber como evidenciar e destacar os fortes e trabalhar os fracos. Outros critérios de avaliação (como experiência profissional, intercâmbios, cursos, línguas) sem dúvida influenciam, mas nem sempre são a chave para conseguir uma oportunidade. Conheci pessoas com poucos destes recursos sendo escolhidas mesmo concorrendo com gente que fez intercâmbio ou estuda em faculdade mais conceituada, pelo simples fato de apresentar um perfil mais adequado e melhor desempenho para vaga em questão... Independente de universidade, conceito de curso ou CR, definitivamente as habilidades pessoais e capacidade de execução de atividades durante os processos seletivos, em conjunto com outros recursos citados acima (que variam de pessoa para pessoa) levam o candidato a alcançar seu objetivo.

3 - Essa história do inglês já virou praticamente um clichê para conseguir uma boa oportunidade na área de Petróleo. De que forma isso funciona na prática? Você realmente utiliza o inglês? Se sim, em que casos? E o que você aconselha para as pessoas que desejam aprimorar essa 2ª língua?

Sim, utilizo e muito. Na realidade, meu time conta com 23 pessoas onde apenas 3, contando comigo, são brasileiros. A diversidade cultural é grande e, portanto, a principal língua do escritório no dia-a-dia é o inglês. Para aqueles que desejam ingressar na indústria de petróleo (não apenas neste ramo, como na maioria hoje em dia) o inglês é fundamental e deve ser considerado como parte do investimento de carreira de cada pessoa. Existem diversos cursos e até mesmo várias ferramentas na internet (inclusive gratuitas) que podem ser utilizados para aprimorar a língua. Outras línguas também são diferenciais, dependendo do caso.

4 - A grande dúvida das pessoas na hora de tentar uma oportunidade na área de Petróleo, é saber exatamente quais são as oportunidades que existem. A maioria fica restringida em posições mais conhecidas. Para melhor esclarecer isso, nos fale resumidamente um pouco sobre as funções realizadas por você na Shell, e que habilidades/conhecimentos são necessários em cada uma delas.

Existem diversas áreas para se trabalhar no setor petrolífero. Cada uma delas exige conhecimentos diversos e também específicos para a atividade que se vai exercer. Como estas atividades não são as mais “comuns” do mercado de trabalho, as empresas geralmente investem pesado em treinamentos para seus profissionais. Sem dúvida, você lida com planilhas complexas e softwares da área e em alguns casos usa muito o inglês. Com certeza em minha atividade (Engenharia de Perfuração) conhecimentos de perfuração de poços e da indústria de E&P como um todo (adquiridos na faculdade) são utilizados.

5 - A função de Drilling Engineer é uma das mais cobiçadas por quem procura a Engenharia de Petróleo. Como é seu dia-a-dia???

Trabalho em regime de embarque, na escala 14 dias offshore e 14 dias em terra. O dia-a-dia nas sondas é extremamente técnico em um ambiente onde não se podem ter erros. Operações (cimentação, perfilagem, testemunhos, descida de revestimentos, montagem de BHA’s, testes de formação, etc...) estão constantemente mudando, bem como as pessoas que as executam. Acompanhamento e reporte de operações, controle de custos e equipamentos, interpretação de dados e cálculos para execução de atividades fazem parte de minhas atividades. Assegurar que as tarefas estão sendo bem executadas de acordo com as regras da empresa (HSSE / SMS) também. Enfim, minha função como Engenheiro de Perfuração é ser a interface entre o time de engenharia que projeta os poços e o time que executa a perfuração destes poços (participando dos dois lados), promovendo suporte técnico dentro das condições padrão de segurança.

6 - A grande maioria das grades da Engenharia de Petróleo, são focadas em E&P. Porém, o que se vê é que nessa área, existem muitos Engenheiros Mecânicos e Civis principalmente. Por que isso acontece? Isso está mudando?

Pois é fato que a maioria dos cursos de Engenharia de Petróleo ainda são relativamente novos no mercado. Sendo assim, pela carência de Engenheiros de Petróleo, os profissionais que normalmente ingressavam na indústria eram engenheiros mecânicos, químicos e civis, dentre outros. Com a maturação dos cursos de Petróleo este quadro está mudando gradativamente.

7 - Aproveitando o assunto da Engenharia do Petróleo, como você observa de maneira geral a aceitação dos Engenheiros de Petróleo nas empresas de óleo e Gás?

Complementado a resposta anterior, a aceitação vem de forma natural. Como exemplo disso, conheço setores de empresas de petróleo que favorecem a contratação de engenheiros de petróleo, tendo em vista que estes sim estudaram para isso.

8 - Como vimos, sua primeira graduação foi o Tecnólogo em Petróleo e Gás. Ela teve alguma influência em seu ingresso na Shell? Como ela vista por parte das empresas de Petróleo?

Ingressei na Shell como Engenheiro de Petróleo, entretanto minha primeira graduação (Tecnologia em Exploração de Petróleo e Gás) sem dúvidas agregou muito em meu currículo. Tenho amigos Tecnólogos que estão trabalhando em empresas do ramo com bons salários. A realidade é que parte das empresas aceita a profissão e parte infelizmente ainda não. O mercado ainda está dividido e algumas pessoas ainda não entendem que as graduações tecnológicas são cursos superiores. Entretanto, como tecnólogo formado posso afirmar que graduações de 2 anos e meio / 3 anos dão sim um boa base para posicionar estes profissionais no mercado.

9 - Você é um bom exemplo de que é possível sim conseguir um boa oportunidade na área de Petróleo, mesmo sendo Tecnólogo e/ou Engenheiro de Petróleo. O que você diria para muitos estudantes e recém-formados desses cursos que estão desanimados e inclusive já perderam as esperanças? O que fazer pra reverter essa situação?

Não desistam! O mercado está aquecido, precisando de recursos. Invistam em seu desenvolvimento com cursos, palestras, conferências, intercâmbios, aprimoramento de outras línguas. Busque oportunidades, saiba como e onde encontrá-las. Ainda temos déficits de profissionais. Estudo e dedicação são pontos fundamentais para destacar pessoas no mercado de trabalho.

10 - Para finalizar, o Tecnopeg também tem a audiência de muitos profissionais do setor, e que com certeza admiram a Shell. Que dicas você daria pra esses profissionais que tem interesse em trabalhar na Shell? Existe preferência por determinada formação/experiencia?

Não existem preferências. Todas as empresas de petróleo contam com diversos setores, que podem ser preenchidos por engenheiros, administradores, e vários outros tipos de formação disponíveis. Cada vaga tem sua particularidade bem como cada candidato. Basta estar no lugar certo, na hora certa com as características e desempenho necessário para conseguir uma oportunidade.


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"Tudo posso naquele que me fortalece" (Filipense 4:13)

1 comentários:

Anônimo,  14 de março de 2011 às 15:56  

Excelente entrevista, boas perguntas e ótimas respostas!

Prabens aos 2.

Abraços

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